COP 30 e os desafios da energia sustentável

A 30ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 30), realizada em novembro, em Belém (PA), estabelece um marco para a agenda global de transição energética. Para o mercado corporativo de geradores, distribuidores e consumidores de energia elétrica, este é um chamado à inovação e à ação estratégica.

Os debates da COP 30 dão continuidade ao Acordo de Paris, focando na implementação do compromisso de triplicar a capacidade de fontes renováveis e duplicar a eficiência energética até 2030, conforme destacado pela Agência Internacional de Energias Renováveis (IRENA). O Brasil, com mais de 90% de sua eletricidade proveniente de fontes renováveis, tem um papel de liderança, mas enfrenta desafios complexos para expandir essa matriz.

Um relatório da IRENA confirma que os custos totais instalados para a energia renovável, como a solar fotovoltaica e a eólica onshore, diminuíram significativamente em relação às alternativas fósseis, tornando a energia limpa economicamente mais vantajosa. Esse cenário impulsiona a necessidade de investimentos em infraestrutura e tecnologia para o escoamento e armazenamento dessa nova capacidade, com desafios que incluem:

Necessidade de Investimento em Infraestrutura: Não basta apenas gerar mais energia renovável, são necessários investimentos massivos em transmissão e armazenamento para superar a intermitência das fontes solar e eólica e garantir o escoamento da energia adicional.

Eficiência Energética e Descarbonização: Aumentar a representatividade da eletricidade no consumo global, especialmente na indústria, e implementar estratégias de descarbonização em larga escala.

Financiamento Climático e Regulatório: Criar ambientes políticos estáveis e marcos regulatórios claros, além de instrumentos como Contratos de Compra de Energia (PPAs), são fundamentais para atrair o financiamento privado necessário para a transição.

É neste cenário que a inteligência de medições se torna uma ferramenta estratégica para o mercado corporativo de energia. O avanço do Big Data e da Inteligência Artificial (IA) permite a otimização da gestão das redes elétricas, predizendo demandas e evitando desperdícios. A medição inteligente fornece os dados necessários, de forma contínua, para a operação eficiente de sistemas com alta penetração de fontes intermitentes.

Com o crescimento exponencial da geração distribuída, a medição precisa é essencial para o faturamento correto, a estabilidade da rede de distribuição e a gestão de excedentes. À medida que o mercado de carbono global se consolida, a capacidade de mensurar e verificar a redução de emissões com precisão, embasada em medições de consumo e geração, será o pilar da credibilidade e do valor dos ativos verdes de cada empresa.

A tecnologia, aliada à visão de sustentabilidade, é o que capacita as empresas a não apenas cumprir as metas de descarbonização, mas a abrir novos caminhos na vanguarda energética brasileira.